No cosmos, a comunicação é feita
por aquilo que se conhece como sistema de espelhos, que permite que a energia
flua sem distorção, imaculada, mantendo o seu timbre e a sua nota programática
e arquetípica. Este sistema é o ponto de equilíbrio do próprio universo onde
nos encontramos, seja um planeta, um sistema solar, uma galáxia ou o cosmos
como um todo. Ele é a garantia de que a Voz do Pai se faz ouvir em cada recanto
da sua manifestação. Todos os outros sistemas de comunicação são falíveis e
passíveis de ser interferidos por núcleos involutivos, mas não os espelhos. É
por essa razão que a Hierarquia apenas usa o sistema de espelhos para a sua
comunicação.
Os espelhos funcionam em planos
supra-mentais e dessa forma não há como interferências de planos inferiores
poderem contaminar a comunicação. Ele é realizado de coração a coração, seja o
coração da Galáxia ou de um ser humano.
Nas antecâmaras do tempo, ecoa
ainda hoje o Sim que todos nós pronunciamos quando nos foi perguntado se
estávamos dispostos a servir no planeta a que damos o nome de Terra. De
diferentes moradas cósmicas, de diferentes quadrantes deste Universo-Mãe,
legiões de seres deslocaram-se para aqui com a tarefa de ajudar na elevação
deste sistema a uma dimensão eléctrica e não mais fricativa, permitindo que a
Kundalini do Logos Planetário pudesse subir do seu Plexo Solar, onde se
encontra actualmente polarizada, para o Chacra Cardíaco onde irá estabilizar
após as mudanças que se avizinham.
Sim, porque quando se diz que
este planeta é vivificado por uma Consciência Logóica, o que na verdade se está
a dizer é que as Doze Terras Dimensionais são vivificadas por Ela, sendo cada
uma a representação simbólica do sistema chácrico do próprio Homem. A
Humanidade de Terceira Dimensão é, desse modo, uma expressão da energia do
Terceiro Chacra Logóico, caminhando hoje a consciência do Homem para a
sintonização com a energia do Chacra Cardíaco do Logos onde se polarizará com a
nova expressão dimensional do planeta: a chamada Nova Terra.
Quando aqui chegamos foi-nos dada
uma tarefa, uma função específica dentro do plano que a Hierarquia delineou e
do qual somos uma peça de uma imensa Engrenagem Cósmica. Essa tarefa, essa
função oculta que nos corresponde manifestar, é a verdadeira razão de aqui
estarmos.
É necessário, por isso mesmo,
olhar o carma pelos olhos reais de quem não pertence a este sistema evolutivo,
tendo-se sacrificado a este como forma de permitir a Ascensão do planeta.
Como servidores do Plano, nenhum
de nós pertence a este Universo-Terra. Esta não é a nossa casa: o lugar onde
encarnámos pela primeira vez ao deixarmos os patamares superiores da Vida.
Estamos neste planeta para Servir e como tal, todo o nosso processo
reencarnatório foi direccionado para esse único Propósito.
Uma nova compreensão necessita
ancorar em nós, de modo a que possamos compreender a razão primeira e última do
processo ascensional.
Na verdade ninguém ascende. Essa
é uma das muitas ilusões nas quais estamos mergulhados. E ninguém ascende
porque já somos plenamente Divinos. Para onde queremos ascender, afinal? Nós já
estamos, como Essência, no ponto mais elevado da estrutura deste Universo
Vertical. Somos unos com o Absoluto. Somos o Divino dentro do tempo, cumprindo
parte de uma tarefa que tem como função única a elevação da substância
universal até ao Centro Gerador que lhe deu expressão.
O processo de ascensão não diz
respeito à nossa consciência profunda, mas sim à substância que nos compete
trabalhar em sucessivas etapas da existência temporal. É a Substância que
ascende, não a Consciência.
Assim sendo, conceitos como
“Mestre Ascenso”, por exemplo, têm que ser completamente redefinidos. Na
verdade, não existem Mestres Ascensos, mas sim Mestres de substância ascendida.
Foi a substância dos seus corpos, trabalhada em sucessivas etapas, que ascendeu
a patamares superiores da manifestação Cósmica e não a Consciência profunda
desses seres, pois se o foco está em cima e não em baixo, então não existe
Ascensão mas o recolher da Consciência ao centro de onde foi emanada.
O processo de ascensão planetário
em curso está, por isso mesmo, relacionado com a substância do planeta Terra
que irá subir uma dimensão. Todas as Consciências encarnadas neste universo
temporal têm como única função a elevação da substância, nos seus diferentes
patamares, a um estado imaculado.
Compete-lhes, por isso mesmo,
trabalhar a substância dos seus corpos para que um dia a possam entregar,
devidamente refinada, nos braços doces do aspecto feminino do Universo. Também
um Logos tem como função trabalhar a substância do seu corpo, seja este um
planeta, uma estrela ou uma galáxia, e sintetizá-la num ponto de Luz que será
levado ao altar do Supremo Ser.
Esta é a razão primeira que fez
com que o Divino se desdobrasse em infinitas consciências, prolongamentos da
única Vida existente, permitindo, assim, que a substância deste Universo
temporal pudesse ser reintegrada no Centro que permitiu a sua manifestação.
A nossa consciência não ascende,
apenas se recolhe ao Centro Maior de onde é uma emanação do infinito. E é exatamente
a partir desse recolhimento que traz, por arrasto, a substância em ascensão.
Apenas o Reino Humano o pode
fazer. Outros Reinos, como o Dévico e o Angélico, não têm essa função. Não lhes
compete trabalhar a substância na síntese a ser realizada, mas ajudarem nessa
tarefa, fornecendo as ferramentas necessárias à conclusão da missão que nos
trouxe do Universo Estacionário, até um Universo Espaço-Temporal.
Quando encarnamos neste Universo foi-nos
passado para as mãos o barro em bruto e foi-nos dito: “Trabalhai-o com o Fogo
do vosso Espírito”. Em etapas sucessivas dessa Encarnação Maior, esse barro foi
sendo moldado ganhando forma e brilho. Um dia, dentro do processo
linear-temporal, o barro será transformado em Luz e em Luz será devolvido ao
Pai. Esta é a razão de ser da nossa existência dentro deste Universo Temporal.
Nada mais nos é pedido que a transubstanciação desse barro, cumprindo-se a
nossa Tarefa Maior: o retorno da substância ao centro que lhe deu expressão.
Acabou 2017! Mais um ano se foi
e, provavelmente, passamos o Réveillon (re)fazendo as mesmas promessas e pedidos
dos anos passados. Por que será?
Talvez porque seja mais fácil
esperar que 2018 promova mudanças do que efetivamente promovermos as mudanças
necessárias para que os nossos pedidos e promessas se realizem. Então, ficamos
sempre na esperança, afinal, aprendemos que ela deve ser a última a morrer.
Colocar toda a expectativa em
cima do novo ano que chega é mais fácil, porém menos eficaz e mais repetitivo.
E só alimenta isso que em nós humanos é inato, uma certa necessidade de sofrer,
de lamentar, de tornar dura e difícil a vida. Podemos nomear de várias maneiras
esse “ISSO” que nos torna negativos: sabotadores, sintomas, pulsão de morte,
negativismo, traumas, crenças limitadoras, enfim, cada um que encontre o nome
que melhor lhe soar. E que ao nomeá-lo olhe para ele, se olhe no espelho e
pergunte: Por que será?
Não! Não será a contagem
regressiva da meia noite, nem a chegada de 2018 que terão o poder de mudar sua
vida, de acabar com os problemas, de te colocar em outro emprego, em outra
família, em outro país. Enfim, não será nada e nem ninguém além de você mesmo.
E para que mudanças ocorram, não precisamos esperar um novo ano, uma segunda-
feira ou qualquer outro click que estejamos esperando.
Qualquer dia, qualquer hora e em
qualquer instante, o tempo de mudar é o tempo todo, ou melhor, é em qualquer
tempo! O importante é coragem! São os primeiros, segundos, terceiros e os
próximos passos que de fato mudarão as coisas e não o dia seguinte.
A Ruth Rocha tem uma historinha
chamada “Lá Vem o Ano Novo”, que conheci através do CD “Mil Pássaros da Palavra
Cantada”, nessa história, as crianças fazem promessas de não contarem mentiras,
não faltarem na aula e muitas outras como fazem todos os anos. Só que cansada
de tanto fingimento, a Dona Meia-Noite resolve fazer greve, impedindo então que
o Novo Ano chegue. Claro que no fim da história, ao ver o ano novo
pequenininho, ela o pega no colo, não resiste e aposta: Quem sabe se este
aninho, tão pequenininho ainda não vai fazer o milagre? E então, toda vestida
de verde, que é a cor da esperança, escorrega pelo escorregador do tempo, dando
adeus a todos. Adeus, todo Mundo. Feliz Ano Novo!
Sempre que ouço esse CD e essa
historinha, penso em todas as promessas que me fiz a cada virada de ano e o que
me deixa um pouco mais feliz é que há uns três anos as promessas acabaram.
Agora, a cada réveillon eu apenas agradeço pelo que vivi e pelo que virá, nada
mais! Não pulo 7 ondinhas, não como mais uma colherada de lentilha, uso a cor
que tenho vontade e não mais o eterno branco. Simplesmente porque aprendi
vivendo que sou eu a causadora de mudanças. Sou eu a transformadora das
realidades que vivo.
Como lentilha sempre que me dá
vontade e, sim, a cada vez que como penso que ela é símbolo de prosperidade, e
aí como com mais gosto ainda. Pulo ondas sempre vou à praia, entregando ao mar
o que ele puder levar em suas profundezas. Uso branco em qualquer dia e sempre
desejando cada vez mais paz! Não escrevo isso para que deixem de fazer essas
“tradições”, pelo contrário, elas são divertidas e unem amigos e famílias.
Escrevo para que talvez lendo percebam que todo dia é um novo dia. E ele chega
cheio de possibilidades, porém, precisa que tenhamos olhos de ver, corações
corajosos e sorrisos abertos para trilhá-los de maneiras diferentes.
Apostar que o novo ano trará ou
fará o milagre pode ser infantil de nossa parte, pode ser medo, sabotadores,
sintomas, pulsão de morte, negativismo, traumas, crenças limitadoras… Quem
sabe? Quem sabe? Só você!