"Nós somos as criaturas da luz que usará a luz para o benefício da humanidade e do universo ..."
“Ain Soph”, isto é, O que é por si mesmo o Espírito que abarca tudo em si.
Entretanto, são as forças do Universo as “causas" dos múltiplos
“efeitos”, e é isso que vos tem induzido ao erro de procurar uma causa
primária.
Ora, jamais houve “causa primário” no sentido que vós o entendeis!
“Deus" se cria, eternamente, no seio do caos, dos elementos do Ser!
Nada ai é “causa" e nada é “efeito"!
Só a Vontade livre e consciente do Espírito, que se forma por si mesma, “Deus" se volta para ela!
Projetadas do seio do Arqui-Ser* os elementos do Ser agem caoticamente e
se manifestam como Energias as mais potentes e mais criadoras da
Natureza primordial.
Lá, eles já estão separados uns dos outros, e cada um desses elementos visa afirmar-se a si próprio.
No entanto, essa vontade de afirmação de cada elemento, no momento da
separação, determina a formação de um pólo e de um antepolo que,
partindo de uma atração mútua através do tempo terrestre,
incomensuravelmente extenso, acaba preparando sua re-união. . .
Na alma do Homem terrestre, desde então, a unificação de todos os
elementos do Ser Arquétipo torna-se urna Realidade, quando a vontade do
Homem colabora para este fim por seus próprios esforços.
Aquilo
que no teu coração se agira e se arroja à formação, arrebatando e
estimulando-te constantemente com essa tendência imperiosa de atingir
seja o que for, é que reconhece a finalidade das forças do Ser Inicial;
forças que, uma vez individualizadas, procuram de novo unir-se em ti.
Contudo, entre esses elementos, que, em alta formação necessária à tua
consciência, revestem aspecto de tuas forças anímicas, existem ainda
numerosíssimas vontades a assaltar-te. . .
Ainda não és tu que estás dentro da vontade soberana que sabe unificar todas as outras vontades em si. . .
Tudo o que em ti diz "Eu" para o exterior e o que interiormente sentes
como teu "Eu", é uma dessas vontades numerosas, que devem ser unificadas
na luminosidade da centelha divina que é a consciência de ti mesmo. . .
É só no estado consciente de ser, que a consciência divina pode-se manifestar de novo em elementos do Ser Original!
Da terrificante agitação da Natureza primordial -tanto no visível como
no invisível, até a unificação no consciente do Homem terrestre (e as
"Terras" são numerosíssimas), o itinerário dos elementos do Ser Inicial
leva-os para o alto, para um novo estado de ser, divinamente consciente.
Mas, o que tu possas perceber através de teus sentidos físicos e, o que
chamas de "forças da natureza", são, na realidade, um produto, um
reflexo, um mero testemunho da influência recíproca dos elementos do
Arqui-Ser, e de maneira alguma, algo idêntico a esses elementos.
O que tomas por "realidade" do Universo visível e invisível, e é tão
somente "real" enquanto representa a ação do Ser Original, manifestada
em diversos graus de formação dos seus elementos.
O Ur1iverso só "existe", onde "estão" os elementos do Ser Primordial e, sem embargo, não existe "por si mesmo!”
Ainda falaste de um "Deus", "Fator" de todas as coisas, que, para se
honrar, "criou do nada" um Mundo infinito e para honrar-se "mantém" esse
Mundo.
Ora, tal representação de Deus, e semelhante explicação
da existência do Mundo, eram perdoável nos tempos primitivos, quando
não se conhecia nada de tudo isso que, hoje, chegaram a testar os
elementos do Ser Original, quanto às suas final idades; fato que devia
induzir vosso pensamento a se liberar, enfim, dessas concepções
obsoletas.
Querer ainda hoje a elas se prender é tanto tolice quanta profanação!
"Deus" é tão somente o Fator de si mesmo, e tudo que "é" e tudo que realmente "É", é ser do seu Ser!
"Deus" não é o criador senão de Si próprio e não, como imaginaste, o fabricante de Homens e de coisas!
As energias plasmadoras de todos os Mundos e todos os sóis são formas
do Espírito, que sendo os elementos do Arqui-Ser - vivem no tempo e no
espaço e se cristalizam em formas tempo-espaço, manifestando-se apenas a
título temporário e sempre condicionadas pelo espaço. . .
Ora, os elementos originais do Ser são constantemente projetados do seio do Ser Inicial e sem cessar retornam a Ele.
Assim foi desde a eternidade e assim será para toda a Eternidade!
Sempre alternando os efeitos, os elementos do Arqui-Ser se afirmam: ora produzindo os fenômenos, ora destruindo-os.
Eles mesmos, entretanto, seja qual for a variedade do seu modo de ação,
"são" de eternidade em eternidade e ninguém os “aciona”...
Jamais houve "início", e jamais haverá fim dessa Vida perpétua!
Todo o imenso Universo, impregnado de formas, com tudo que contém de
visível e todo o invisível que não se percebe, é apenas um jogo de ondas
do eterno "oceano" espiritual, de cujo seio se levanta, por sua própria
força, a nuvem da divindade!
“ Deus" é a condição do Universo, e o Universo é a condição de "Deus"!
O "movimento perpétuo", que sábios e loucos têm esperado descobrir, já existe, portanto, não pode ser outra vez "descoberto”...
Aqueles que perseguiam esta “des-coberta", apenas de leve supunham -se
bem que numa concepção de pigmeus, a existência do Ser, "Todo"
incomensurável, Ser que "É" por si mesmo, sem "começo" e sem "fim", a
eterna "vida" em curso cíclico do Ser!
*Ser INicial-ArquetIpico, eternamente Original, perpetuamente Primordial.
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