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domingo, 6 de novembro de 2016

A I N SOPH

"Nós somos as criaturas da luz que usará a luz para o benefício da humanidade e do universo ..."


“Ain Soph”, isto é, O que é por si mesmo o Espírito que abarca tudo em si.

Entretanto, são as forças do Universo as “causas" dos múltiplos “efeitos”, e é isso que vos tem induzido ao erro de procurar uma causa primária.
Ora, jamais houve “causa primário” no sentido que vós o entendeis!

“Deus" se cria, eternamente, no seio do caos, dos elementos do Ser!
Nada ai é “causa" e nada é “efeito"!

Só a Vontade livre e consciente do Espírito, que se forma por si mesma, “Deus" se volta para ela!

Projetadas do seio do Arqui-Ser* os elementos do Ser agem caoticamente e se manifestam como Energias as mais potentes e mais criadoras da Natureza primordial.

Lá, é instintiva e impulsivamente que agem esses elementos, sem consciência própria dentro da sua ação.

Lá, eles já estão separados uns dos outros, e cada um desses elementos visa afirmar-se a si próprio.

No entanto, essa vontade de afirmação de cada elemento, no momento da separação, determina a formação de um pólo e de um antepolo que, partindo de uma atração mútua através do tempo terrestre, incomensuravelmente extenso, acaba preparando sua re-união. . .

Na alma do Homem terrestre, desde então, a unificação de todos os elementos do Ser Arquétipo torna-se urna Realidade, quando a vontade do Homem colabora para este fim por seus próprios esforços.

Aquilo que no teu coração se agira e se arroja à formação, arrebatando e estimulando-te constantemente com essa tendência imperiosa de atingir seja o que for, é que reconhece a finalidade das forças do Ser Inicial; forças que, uma vez individualizadas, procuram de novo unir-se em ti.

Contudo, entre esses elementos, que, em alta formação necessária à tua consciência, revestem aspecto de tuas forças anímicas, existem ainda numerosíssimas vontades a assaltar-te. . .

Ainda não és tu que estás dentro da vontade soberana que sabe unificar todas as outras vontades em si. . .

Tudo o que em ti diz "Eu" para o exterior e o que interiormente sentes como teu "Eu", é uma dessas vontades numerosas, que devem ser unificadas na luminosidade da centelha divina que é a consciência de ti mesmo. . .

É só no estado consciente de ser, que a consciência divina pode-se manifestar de novo em elementos do Ser Original!

Da terrificante agitação da Natureza primordial -tanto no visível como no invisível, até a unificação no consciente do Homem terrestre (e as "Terras" são numerosíssimas), o itinerário dos elementos do Ser Inicial leva-os para o alto, para um novo estado de ser, divinamente consciente.

Mas, o que tu possas perceber através de teus sentidos físicos e, o que chamas de "forças da natureza", são, na realidade, um produto, um reflexo, um mero testemunho da influência recíproca dos elementos do Arqui-Ser, e de maneira alguma, algo idêntico a esses elementos.

O que tomas por "realidade" do Universo visível e invisível, e é tão somente "real" enquanto representa a ação do Ser Original, manifestada em diversos graus de formação dos seus elementos.

O Ur1iverso só "existe", onde "estão" os elementos do Ser Primordial e, sem embargo, não existe "por si mesmo!”

Ainda falaste de um "Deus", "Fator" de todas as coisas, que, para se honrar, "criou do nada" um Mundo infinito e para honrar-se "mantém" esse Mundo.

Ora, tal representação de Deus, e semelhante explicação da existência do Mundo, eram perdoável nos tempos primitivos, quando não se conhecia nada de tudo isso que, hoje, chegaram a testar os elementos do Ser Original, quanto às suas final idades; fato que devia induzir vosso pensamento a se liberar, enfim, dessas concepções obsoletas.

Querer ainda hoje a elas se prender é tanto tolice quanta profanação!

"Deus" é tão somente o Fator de si mesmo, e tudo que "é" e tudo que realmente "É", é ser do seu Ser!

"Deus" não é o criador senão de Si próprio e não, como imaginaste, o fabricante de Homens e de coisas!

As energias plasmadoras de todos os Mundos e todos os sóis são formas do Espírito, que sendo os elementos do Arqui-Ser - vivem no tempo e no espaço e se cristalizam em formas tempo-espaço, manifestando-se apenas a título temporário e sempre condicionadas pelo espaço. . .

Ora, os elementos originais do Ser são constantemente projetados do seio do Ser Inicial e sem cessar retornam a Ele.

Assim foi desde a eternidade e assim será para toda a Eternidade!

Sempre alternando os efeitos, os elementos do Arqui-Ser se afirmam: ora produzindo os fenômenos, ora destruindo-os.

Eles mesmos, entretanto, seja qual for a variedade do seu modo de ação, "são" de eternidade em eternidade e ninguém os “aciona”...

Jamais houve "início", e jamais haverá fim dessa Vida perpétua!

Todo o imenso Universo, impregnado de formas, com tudo que contém de visível e todo o invisível que não se percebe, é apenas um jogo de ondas do eterno "oceano" espiritual, de cujo seio se levanta, por sua própria força, a nuvem da divindade!

“ Deus" é a condição do Universo, e o Universo é a condição de "Deus"!

O "movimento perpétuo", que sábios e loucos têm esperado descobrir, já existe, portanto, não pode ser outra vez "descoberto”...

Aqueles que perseguiam esta “des-coberta", apenas de leve supunham -se bem que numa concepção de pigmeus, a existência do Ser, "Todo" incomensurável, Ser que "É" por si mesmo, sem "começo" e sem "fim", a eterna "vida" em curso cíclico do Ser!

*Ser INicial-ArquetIpico, eternamente Original, perpetuamente Primordial.

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